Destinos Cruzados - Capitulo Dez


Entrei em casa tentando fazer o mínimo de barulho possível, Sr.ª Carmem provavelmente já estava dormindo, a luz da sala ainda estava ligada, e quando fui atravessar a sala, um gemido me fez parar .
Krissy estava ali, deitada toda encolhida, o pijama estava um pouco pra cima, ela resmungou, meia sonolenta, mas acordou quando eu me aproximei.
- O que você esta fazendo aqui? – perguntei, ela respirou fundo, como se estivesse tentando se livrar do sono, e, por fim, disse.

- Eu estava esperando você. – murmurou, seus grandes olhos verdes se abriram ainda mais, deixando qualquer indicio de sono imperceptível. – Me desculpa, mamãe. – pediu chorosa, meu coração voltou a se partir em mil pedacinhos vendo aquele bico em seu rosto. – Eu não quelia ser mau criada com o Edward, mas eu fiquei com medo.  –algumas lágrimas caíram de seu rosto, eu a peguei no colo, a ninando, como fiz mais cedo.
- Vamos dormir agora, está bem? Amanha... – reformulei a frase. – Mais tarde a gente conversa. – ela assentiu.
Caminhei até meu quarto com ela, não foi surpresa quando vi Anne toda aninhada em minha cama também. Sr.ª Carmem provavelmente estava dormindo no quarto delas.
Tirei as botas assim que deixem Kris deitada na cama, depois puxei um pijama do guarda-roupa e troquei o vestido por ele, não me dei ao trabalho de amarrar o cabelo, eu estava exausta – e feliz – de mais para aquilo.
Cai na cama ao lado de Kris, abraçando as duas, Kris assim que sentiu que eu tinha me deitado, se virou para mim e escondeu o rosto em meu peito, me abraçando com força.
- Mamãe... – começou.
- Shh... – a silenciei. – Está tudo bem, ok? Depois a gente conversa.
Senti ela balançar a cabeça.
Eu queria ser forte o suficiente para lhe dar uma bronca, mas eu não conseguia, por um lado, eu me sentia feliz com o fato de ela não querer sair de perto de mim, secretamente, eu sempre tive medo de que algum parente dela viesse a tirar de mim. Por outro lado, ela havia sido mau criada com uma pessoa que nunca fora desagradável com ela, não era aquela a educação que eu lhe dava, Krissy merecia uma bronca, mas eu não ia conseguir dar, eu sabia disso. Por isso, antes de dormir, decidi que apenas conversaria com ela e lhe diria para nunca mais ser mau criada com alguém.

[...]

- Me conta, me conta, me conta. – Ann pulava em cima de mim, os cabelos negros balançando de um lado para o outro.
- Hey, calma. – pedi rindo. – Você parece que esta mais feliz que eu. – declarei.
- MAIS FELIZ QUE VOCÊ? OMG O QUE ACONTECEU? – eu ri mais ainda.
- Sério, para de gritar, senhora Carmem ainda esta dormindo. – ela assentiu e se sentou ao meu lado.
- Vocês se beijaram? – eu olhei para a porta. – Kris estava na cozinha comendo cereal. – encarei Anne. Sorri vermelha e mordi os lábios, assenti.
- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. OMG. OMG. OMGGGGG. – ri pelo nariz.
- Senta garota, para de gritar se não eu nunca mais te conto nada. – puxei a manga de sua blusa.
- Como foi? – perguntou num fôlego só.
- Foi.... eu não sei, foi muito bom, de verdade.
- O que ele te disse depois? – ri.
- Depois nada. Ele disse antes, que queria me beijar.
- Ownt. Que fofinho. – ri. Eu não seria capaz de fazer mais que isso mesmo.

[...]

- Obrigada de verdade, senhora. – ela balançou a mão no ar.
- Que isso menina. Eu que agradeço. Suas meninas são uns amores.
- Espero que Kris não tenha dado problemas.
- Imagina, ela fez manha por algum tempo. Mas a sua mais velha conseguiu acalma-la, e depois a gente assistiu um filme, nos divertimos. E sua noite, como foi?
- Foi ótima. – respondi apenas.
- Bom, espero ter ajudado, mas agora vou indo. – ela se inclinou para me dar um abraço, retribui.
- Obrigada, de verdade. – falei.
- Sempre que precisar sabe onde eu moro. – ri. Assentindo. Fechei a porta quando ela se dirigiu para a casa ao lado.

[...]

- Anne, pode ir lá na sala um pouquinho pra mim e a Kris poder conversar?
- Ta. – murmurou ao pular da cama e sair.
Fechei a porta do quarto e voltei para a cama. A pequena me encarava.
- Então... – comecei, assim como Krissy nunca tinha levado uma bronca, eu nunca tinha dado uma.
O que eu lhe diria agora? Sabia que brigar n ao era o certo, muito menos bater, o que me restava era a conversa, mas de que maneira certa eu lhe diria o que era certo ou não? Como deveria agir em frente as pessoas?
Eu tinha medo de magoá-la, de deixá-la revoltada comigo.
Por isso, sentei na ponta da cama, e segurei suas mãozinhas entre as minhas, Krissy já chorava, o que me partia o coração, mas nós precisávamos conversar.
- Vem aqui pertinho da mamãe. – coloquei-a de pé entre minhas pernas, tirei o cabelo de seu rosto e a encarei. – Você sabe que o que fez foi errado, não sabe? – ela assentiu. – Se você sabe, porque fez? – ela respirou fundo, a boca formando um biquinho triste, porém adorável.
- Ele... ele ia roubar você. Ia levar você pra longe, ai eu e a Anne ia ficar sozinha , sem nenhuma mamãe pra cuidar da gente. – um soluço.
- Você sabe que não é verdade.
- Se não é, porque você foi?
- Porque Edward me convidou.
- Mas você sempre saia com a gente, você foi com a gente no parque quando a tia Rose convidou, você foi jantar com a gente, e nunca deixou nós sozinha, mas ai o Edward apareceu, e você até colocou um vestido, e começou a sair sem a gente. Eu fiquei triste, porque você gosta mais dele do que de mim, do que da Anne. – nesse momento, ela já soluçava, o pequeno corpo tremia, o choro era alto e ininterrupto, desesperado. – Não me deixa aqui, mamãe. Me leva com você, eu não quero ficar sozinha, é ruim. – eu sorri, tentando limpar as lágrimas que jorravam do seu rosto, como na noite passada, a pequei no colo e a ninei.
- Shi... – murmurei pertinho de seu ouvido. – Não precisa chorar, eu quero que se acalme que eu vou te dizer umas coisas.- demorou, mas aos poucos ela foi se acalmando, meu coração batia tão forte quanto o dela, e a minha própria vontade de chorar por seu sofrimento era estranguladora.
Seu choro havia parado consideravelmente, suas mãos estavam agarradas na minha blusa, o rosto enterrado em meu peito, a cada momento ela me abraçava ainda mais, me apertava, e eu quase senti que ela poderia entrar em mim a qualquer momento, como teria sido se ela fosse realmente minha filha, de sangue, porque de coração ela era minha, e de mais ninguém.
Fiz carinho em seus cabelos, fiz círculos em seu rosto molhada, até que o barulho no quarto não passava de nossas respirações irregulares.
- Não é culpa do Edward eu ter saído ontem.
- É sim.
- Deixa eu falar. – disse firme.
- Mas se ele não tivesse te convidado, você não ia.
- Sim, ele me convidou, mas eu aceitei porque eu quis. Mas o que eu quero te dizer não é isso Kris. O que eu quero te dizer, é que jamais vou te abandonar, nem você e nem a Ann. Vocês são tudo pra mim. Amor igual ao meu por vocês, e só vocês, não se compara a nenhum outro. Você sabe o que eu senti quando te vi pela primeira vez?
- Não.
- Eu senti o meu coração acelerar. – sorri. – Você era tão pequenininha, e conseguia chorar tão alto, que eu me perguntei como os vidros das janelas não estavam quebrados. Tinha tanta correria no dia que eu te vi pela primeira vez. E você estava lá, sozinha enrolada num pequeno cobertor, chorando. Eu senti uma necessidade tão grande de te proteger, ai sabe o que aconteceu?
- O que? – perguntou, sem levantar o rosto do meu peito, mas com visível interesse.
- Eu te peguei no colo. Você não parou de chorar na hora, estava tão desesperada, então eu sentei com você no colo, e te segurei pertinho de mim, como agora, e você parou, e dormiu. Eu me sentia tão bem sabendo que vocês estavam bem, e perto de mim. Eu sei que vai parecer confuso pra você...
- Não é confuso, você me ama.
Eu sorri, beijando o topo de sua cabeça.
- Eu sempre te amei e sempre vou te amar, nunca duvide disso, eu sai com o Edward apenas para me divertir.
- Você não se diverte com a gente?
- É claro que sim, mas com o Edward é diferente, vai demorar para você entender. O fato Kris, é que você não pode agir da maneira que agiu quando viu o Edward. Eu fiquei tão magoada com você, quando você disse aquelas palavras para ela, que o odiava, quando ele sempre gostou tanto de você, sempre te tratou tão bem.
- Me desculpa...
- Não é pra mim que você tem que pedir desculpa, é pra ele.  Imagina se você age assim com todo o mundo que vier me visitar? Vai ser feio não vai?
- Vai.
- E além disso, a Krissy vai ficar de castigo se ela fizer isso de novo.
- Ela não vai.
- Que bom. Estamos entendidas então? Você vai pedir desculpas ao Edward e não vai fazer mais?
- Eu não vou, eu prometo. – ficamos em silencio por alguns minutos, apenas curtindo a nós mesmas.
- Eu te amo, ok? Não duvida disso nunca. Agora vamos que eu ainda tenho que fazer o almoço.
Levantei com ela no colo, andando em direção ao quarto delas.
- Mãe. – ela chamou.
- O que foi?
- Você ainda esta chateada comigo?
- Não meu amor, não estou mais.

[...]

Depois daquela conversa com Krissy, fizemos uma coisa que a muito tempo não fazíamos, tomamos banho juntas, as três.
Eu sempre as ajudava no banho, mas a muito tempo não ficava em baixo do chuveiro com elas, e nem preciso dizer que foi a maior bagunça.
Elas riam, gritavam, pulava, e pelo tempo que a gente demorou, se não fosse o aquecedor ligado, nós já tínhamos morrido congeladas.
- Hora de sair. – murmurei, pegando três toalhas.
- Ahh... elas falaram.
- Tava tão legal Bella.
- Eu sei meu amor, mas já esta ficando tarde e nós precisamos fazer o almoço. – elas assentiram. Enroladas na toalha, fomos para o quarto delas, a vesti, colocando a calça do pijama, meias grossas e um casaco em cada uma, e depois me vesti, estava na cozinha, tirando panelas do armário quando alguém bateu na porta.
- Eu atendo. – Anne, que estava na sala, gritou.
Continuei na cozinha, tentando pensar em algo para o almoço, quando ouvi Anne dizer:
- Oi Edward. BELLA, O EDWARD TA AQUI. – e depois a risada dele, ela lhe disse que eu estava na cozinha, ouvi Edward cumprimentando Krissy e sua baixa voz dando oi, e depois, seus passos vindo até aqui.
Eu fiquei sem reação quando ele foi chegando cada vez mais perto. O que eu faria? Ele ia me beijar de novo? Ele ia dizer que ontem havia sido um erro? OMG eu estava perdida.
Mas parece que tudo isso foi esquecido quando ele segurou minha cintura e me deu em estalado selinho. Ouvi o risinho de Anne, mas nem quis olhar pra onde ela estava, permaneci de olhos fechados, escondendo meu rosto no ombro dele.
- Oi. – sussurrou.
- Oi. – respondi.
- Você ficou com vergonha da Anne? – perguntou com graça.
- Ah, acho que sim, ela nunca me viu beijando alguém. – ri.
- Ainda bem. – Edward se afastou um pouco. – Aproveitei que você não vai trabalhar e que as meninas não tem aula, tomei a liberdade de comprar pizzas e refrigerante pra gente almoçar. – ele riu, apontando para as três caixas de pizza em cima da mesa.
- Pizza? No almoço? O médico Edward Cullen quem esta sugerindo isso? – ele riu no meu pescoço.
- O médico Cullen  não, mas o irresponsável do Edward sim. E então, topa? – eu ri, dando de ombros.
- Estava começando a cozinhar. Não sei.
- E vocês meninas? Vão querer o que? – perguntou.
- Eu quero pizza. – Anne falou empolgada.
- E você Kris? – perguntou a ela. Kris levantou a cabeça de seu desenho, mostrando nenhum interesse.
- Tanto faz para mim. – respondeu baixinho.
- Bom. – comecei. – Que mau vai fazer uma pizza? – os dois gritaram felizes, Edward parecia uma criança ao lado de Anne.
Fui até o meu quarto, peguei algum dinheiro que eu mantinha guardado ali, e voltei para a cozinha, Edward e Anne cochichavam alguma coisa, enquanto Krissy permanecia quieta.
- Anne. – chamei.
- O que?
- Vai naquele armazém aqui da esquina e compra dois refrigerantes. – falei, dando lhe o dinheiro.
- Não precisa Bella, eu compro. – Edward começou, abrindo a carteira.
- Não, você já trouxe as pizzas, nada mais justo que eu comprar o refri. – ele insistiu, disse que ele compraria, mas eu venci.
- Toma cuidado, vai e volta, não da papo pra estranho e compra refrigerante fora do gelo. – falei a Anne. Ela rolou os olhos.
- Eu sei Bella, não esquenta.
- Posso ir com a Ann, mamãe? – Kris pediu.
- Melhor não, meu amor. Sua irmã vai lá e já volta.
- Mas eu queria ir.
- Não começa. – falei.
Anne saiu logo em seguida, correndo. Eu tinha um medo danado de manda-las sair sozinhas, mas eu sabia também que não poderia protege-las para sempre.
Enquanto Anne não chegava, Edward me ajudou a arrumar a mesa, nunca fomos mais que nós três para almoçar, seria algo diferente, assim que a mesa estava posta, Kris se sentou em uma das cadeiras, e eu fui para a porta, cuidar Anne.
- Ela esta demorando. – falei a Edward, que estava atrás de mim.
- Não tem nem cinco minutos que ela saiu. – ele falou.
- Mesmo assim, eu não devia ter mandado ela, eu mesma tinha que ter ido.
- Está se preocupando a toa, lá vem ela já. – ele apontou para a pequena figura vindo com uma sacola em frente ao corpo, ela sorriu quando nos viu, ficando cada vez maior enquanto se aproximava.
- Ta um frio terrível. – murmurou, entrando em casa e me dando o refrigerante.
- Quer colocar mais uma blusa? – perguntei?
- Não, aqui dentro ta bom. – assenti.
- Vá lavar as mão e vamos almoçar.
- Ta. – ela correu até o banheiro, voltando não muito depois.
- Quer ajuda para servir elas? – Edward perguntou.
- Não precisa. – coloquei um pedaço de pizza no prato de cada uma, aproveitei e servi a mim e a Edward também.
- É sempre assim, garotas? Bella serve vocês todos os dias? – Anne assentiu. – Então vou começar a vir almoçar aqui todos os dias. – ele riu, Krissy levantou a cabeça, os grandes olhos verdes saltados.
- Você não pode. – ela disse.
- Kris... – alertei.
- É que ele tem a mamãe dele, ele não pode deixar de almoçar com a mamãe dele. Eu não vou deixar de almoçar com a minha. – Edward riu, sentando-se ao meu lado na mesa. Kris o encarou, deixou os olhos fixos na mão de Edward que estava sobre a minha.
- Ai. – ela exclamou.
- O que foi amor?
- Minha barriga ta doendo mãe. – ela apertou o estomago, levantou e veio até minha, sentou no meu colo.
- Onde?
- Aqui ó. – ela tirou minha mão da de Edward, e colocou sobre a barriga dela. – Acho que foi a pizza do Edward. Ele não devia ter trazido essa pizza, acho que me fez mau.
POV. Edward

Não... Sério isso? Krissy estava tentado colocar Bella contra mim? Se aquela carinha de anjo não estivesse convencendo Bella, eu até diria que ela não estava acreditando naquilo. Mas a menina era boa.
- Acho que não foi a pizza Kris. – falei.
- Foi sim. – rebateu.
- Ah... então deixa que eu examino ela, Bella. – Bella me encarou, e eu pisquei pra ela.
- Tudo bem.
- NÃO. – gritou. – Eu não quero que você me solte mamãe. E o Edward não é médico de bebês. – como ela sabia? Eu estava começando a ficar com medo daquela criança, juro.
- Ta bom, amor. Fica aqui no colinho da mamãe que vai passar logo.
E aconteceu que Bella passou o almoço inteiro prestando atenção só em Krissy, cortava a pizza, dava na boca dela. E toda a vez que eu colocava a cadeira um pouco mais para perto, Krissy gritava, dizendo que a dor estava aumentando e que Bella tinha que a abraçar apertado.
Quando acabamos de comer, Bella pediu pra Krissy sentar no sofá com Anne apenas pra ela poder lavar a louça.
- Ela é tão agarrada com você assim? – perguntei, quando só nós dois ficamos na pequena cozinha dela.
- Sim, desde bebê. – ela sorriu. – Krissy pra mim é tudo que eu não esperava.
- Percebi, parece que ela vai me matar toda a vez que eu chego perto de você. – Bella riu, enxaguando outro prato.
- Ela sempre foi meia ciumenta. Nada muito sério sabe. Uma vez Anne perguntou se podia trazer uma amiga de escola aqui, pra elas estudarem. Eu disse que tudo bem, era um sábado, ai eu ajudei elas sabe, a estudar, e a amiga da Anne gostou de mim, nós até assistimos um filme juntas, as quatro, e a garotinha se encostava em mim, e dizia que queria uma mãe como eu, Kris ficou com tanto ciúme que disse que brigou com a garota, disse que não ia emprestar os brinquedos e nem a mãe dela, ela tinha dois anos, e foi muito engraçado ver aquele toco de gente gritando. Em falar nisso, conversei bastante com ela sobre ontem.
- Não brigou com ela, né?
- Não, foi apenas uma conversa mesmo.
Acabamos a louça, e eu aproveitei a oportunidade para agarrá-la. Beijei-a com devoção, e quando o beijo estava começando a ficar melhor...
- Mamãe, que filme é esse? – juro que ainda ia colocar uma fita isolante na boca daquela menina.
Nas mãos de Krissy estava o filme que eu havia trazido para assistirmos mais tarde. Bella a olhou confusa.
- Eu trouxe o DVD. Vocês já assistiram Os Smurfs? – perguntei, as três negaram. – Tem problema se a gente assistir? – perguntei a Bella.
- Claro que não Edward. – sorri pra ela, e agradeci mentalmente quando Anne pegou na mão de Krissy e a levou para a sala.
- Porque toda a vez que as meninas saem você me agarra, Dr. Cullen? – Bella me perguntou quando eu enlacei sal cintura e ela passou os braços ao redor do meu pescoço.
- Se você quiser, posso te agarrar na frente delas, que tal? – propus. Ela riu, sua boca a milímetros da minha, impossível de não beijar.
Encostei meu lábios nos seus bem devagar, aproveitando a textura suave e o sabor doce que vinha dela. Nossos beijos eram estalados, demorados e viciantes, Bella se afastou rápido demais. Eu sorri pra ela, a entendendo.
- Não é como se as meninas fossem dar um tiro na gente quando no vêem assim.
- Eu sei, mas deve ser estranho para elas, sabe. O único homem que vem aqui é o Jacob e...
- Jacob? – indaguei, cruzando os braços na frente do peito, não gostei nada daquilo. – Espero que ele tenha oitenta anos e seja seu avô. – ela riu.
- Você podia ser pai da Kris sabe, vocês ficam exatamente iguais assim.
- Assim?
- É, com os braços na frente do peito.
- Você não me disse que tinha avô. – insisti.
- Porque eu não tenho, Jacob é um amigo, um pouco mais velho que eu, e me ajudou muito quando eu e as meninas nos... mudamos. – assenti.
- Ele vem muito aqui? – Bella sorriu.
- Sim. É um verdadeiro tio para as meninas, as duas gostam muito dele.
- As duas? Até a Kris?
- Sim, Kris o adora.
- Então ela não seria contra caso ele desse em cima de você?
- O que é isso Edward? Você esta muito estranho, mas não, ela não seria contra, ela adora o Jake.
- Que bom. – respondi apenas, indo até a sala.
- Garotas, onde nós vamos ver o filme.
- No quarto da mamãe. – acredite se quiser Edward, mas sim, foi Krissy quem te respondeu, pensei.
- Ta bom, vamos lá arrumar então. – enquanto eu arrumava o filme no aparelho de DVD, as meninas arrumavam a cama para que nós pudéssemos deitar para assistir.
- Kris, porque você ta colocando esses cobertores no chão? – perguntei.
- Pra você deitar tio, você é grande demais, vai ocupar muito espaço na cama. – se eu não tivesse entendido aquilo, até diria que era engraçado a garotinha arrumando uma cama pra mim no chão, mas ela estava fazendo aquilo apenas para não me deixar perto da Bella.
- Não precisa, eu fico num cantinho perto da sua mãe. – provoquei.
- Não, imagina, como que eu vou te deixar deitado mau tio? Mamãe é espaçosa.
- Não me importo, de verdade, Bella também não se importaria, ela gosta de me ter por perto sabe.  – ela semi-cerrou os olhos, cruzou os braços e me encarou, batendo o pé no chão.
- Eu sempre deito do lado da mamãe. – imitei sua pose.
- Eu deito do outro.
- Do outro lado a Anne dorme.
- Ahh... acho que você não se importaria de ficar do outro lado da cama, só hoje.
- Me importaria sim.
- Não se importaria não.
- Me importaria sim.
- Não.
- Sim.
- Não.
- Sim.
- N...
- DA PRA VOCÊS PARAREM? Edward, você esta parecendo uma criança. E Kris, você ainda lembra do que a gente conversou?
- Sim.
- Mas não parece.
- Desculpa. – murmurou com a cabeça baixa.
Bella a pegou no colo, e Kris mostrou a língua pra mim, para logo depois deitar no ombro de Bella.
Senti uma batidinha em meu ombro.
- Pois é, Edward. – olhei para o lado e vi Anne. – Ela sempre ganha. – bufei.

(...)

Acabou que vimos o filme todos empoleirados na cama, claro que Krissy tinha que aprontar as suas, e decidiu que ia ficar entre as pernas de Bella, como eu havia dito, também fiquei de um lado da Bella, e abracei seu corpo, deixando-o cada vez mais perto do meu, de vez em quando, só pra complicar, eu empurrava as pernas de Krissy em baixo das cobertas, e ela me encarava como se fosse me atirar facas, mas quando Bella levantou para pegar mais pizza e refrigerantes, decidi que era hora de parar com a bobagem se eu quisesse conquistar a menina.
- Então... Krissy.
- O que?
- Eu queria te propor uma coisa.
- Que coisa?
- Você para de encher o saco quando eu estou aqui com Bella, que eu para de encher o seu também. Ou seja, deixa eu aproveitar sua irmã só um pouquinho, porque você fica o tempo todo com ela e eu não. – ela pareceu pensar.
- Você vai seqüestra-la? – perguntou.
- Prometo que não, mas só se você parar.
- Ta bom, se você deixar minha mamãe comigo e vier aqui bem pouquinho, eu deixo você beijar ela.
- Fechado então?
- Fechado. – ela apertou minha mão.
- Edward, você não pediu permissão pra mim pra ficar com a Bella. – Anne sorriu travessa.
- Eu sei que você apóia, tampinha. – sorri, bagunçando seus cabelos e dando um estalado beijo em sua bochecha.
Apesar de tudo, eu adorava aquelas garotas.

(...)

Quando deu a hora pra mim ir embora, até achei estranho Kris vir me dar um beijo e dizer que o dia foi divertido. Bella olhava pra ela tão atordoada quando eu.
- Não acredito que já se passou tanto tempo. – ela falou, abraçada a mim.
- É, parece que eu cheguei aqui a 20 minutos atrás. – Bella riu. – Mas eu preciso ir, minha mãe disse que tem algo importante para me dizer em casa, e você sabe, pode ser alguma noticia da...
- Eu sei, não se preocupe. Vai lá. E me da noticias ok.
- Ok. – beijei sua boca mais uma vez e fui pra casa.

(...)

Abri a porta de casa devagar, sorrindo feito um idiota, mas parei de sorrir assim que vi minha mãe com os olhos cheios de lágrimas, o rosto vermelho, e ao seu lado, estava Mark, meu detetive.
- O que aconteceu? – perguntei alarmado.
- Filho. – minha mãe começou, com a voz tremula. – Mark trouxe alguns papeis para você. – ela me alcançou um envelope branco, que pela grossura, não devia ter muita coisa, ele já estava aberto.
Com pressa, analisei cada papel que tinha ali, e para a minha surpresa, neles, tinham a ficha das três meninas desaparecidas no incêndio que Mark falou, e para minha surpresa, seus nomes eram: Isabella e Anne Swan, e Krissy.

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