Destinos Cruzados - Capitulo Onze


Uma semana. Uma semana inteira sem notícias de Edward, havia três dias desde que eu tinha voltado a trabalhar, desde que nossa rotina havia se reorganizado.
As meninas de vez em quando me perguntavam se eu havia brigado com ele, e foi realmente muito complicado convencer Anne de que não havia acontecido nada com a gente, pelo menos, não que eu soubesse.
Eu não perguntava nada a Rosalie, ele não tinha nenhum compromisso comigo, e por isso, não quis me mostrar interessada ou até mesmo preocupada com ele, mas mesmo assim ela parecia perceber que eu queria saber de alguma coisa, e sempre comentava algo sobre ele, dizendo que o trabalho o estava consumindo, bom, ao meu ver, aquilo não o empedia de me ligar uma vez e dizer que estava bem.

- A gente vai ir pra escola, já? – Anne me perguntou, segurando sua mochila, era segunda feira.
- Sim, dou cinco minutos pra vocês terminarem de se arrumar. – elas sairam da mesa, escovaram os dentes e pegaram as mochilas, sem demorar muito, entramos no carro e partimos para a escola.
[...]
O dia passou totalmente rápido, quando vi, já tinha dado a hora de eu sair do trabalho, e então fui buscar as meninas na escola.
Krissy estava encostada num dos bancos que haviam na frente, junto com ua amiguinha – Nina – e a mãe dela – Rachel, se não me falha a memória.
Assim que me viu, pediu pra que eu fosse para mais perto, ela me abraçou e me beijou.
- Oi, mamãe. – murmurou.
- Oi querida. – respondi, cumprimentei as outras duas e me sentei ao lado delas para esperar o sinal de Anne tocar.
- Mãe, a Nina me convidou pra ir na casa dela agora, eu posso? – totalmente surpresa, me virei para ela.
- O que?
- É, Bella. – começou Rachel. – Nina voltou hoje de viajem, se não tiver problema pra você, convidei Kris pra passar umas horas lá em casa.
- Bom, eu não sei... É segunda-feira e...
- Eu sei, mas é só hoje, te prometo que vou cuidar dela. – Rachel riu.
- Eu sei, mas... – me virei pra Kris, que me encarava em expectativa. – Você quer ir?
- Aham. – respondeu, sem hesitar. Suspirei.
- Tudo bem, mas só hoje, hein mocinha. – as duas gritaram e pularam ao redor.
Depois de muitas recomendações, dizendo que era pra ela se comportar e avisando que caso ela fizesse o contrário elas não ia mais, as três foram. Eram 16:00hrs, e Rachel ficou de deixá-la em casa lá pelas 19:30hrs, acho que eu nunca tinha ficado tanto tempo longe de Kris.
Uns cinco minutos depois, Anne saiu.
- Cada a Kris? – perguntou.
- Ta na casa da Nina.
- Mas é segunda. – falou, como se eu não soubesse.
- Eu sei que dia da semana é. – nós entramos no carro, liguei o motor e nós saimos.
- Você nunca me deixa fazer nada durante a semana, mas a Kris pode tudo, isso é injusto Bella, muito injusto, nunca mais vou falar com você. – o ciumes era algo realmente presente em minha vida, é, eu merecia isso, só pode.
Alguma coisa de muito errada eu devia ter feito.
- Anne, dá pra parar com a birra, nem parece aquele menina que diz que não é mais criança, ta virando uma birrenta.
- Você ama mais ela do que eu. – sussurrou.
- O que é isso agora? Eu amo vocês igualmente, e você sabe disso, nunca tive preferencia alguma.
- Mas parece que tem, a Kris é o seu bebezinho, e sempre vai ser, já eu, sou a irmã mais nova que você vai ter que carregar como cruz para sempre. – automaticamente, eu freei o carro, estavamos perto de casa, mas não me importei em parar na hora em que ela disse aquilo, fiquei estática no lugar, as mãos no volante, olhando fixamente pra frente.
- Você não sabe do que está falando.
- Sei sim, e você sabe que eu tenho razão. – ainda sem encará-la, continuei.
- Você não sabe de nada, Anne, não sabe de nada. Não diga o que não sabe. Você nunca foi a minha cruz.
- Você mente. – continuou, ousada. – Você diz pra todo mundo que tem 21 anos, mas não tem. Eu sei que você tem só 18, e desde que você me ensinou a fazer contas, eu sei que está com a gente desde os seus 15, sei que o papai e a mamãe não morreram num acidente de carro como você diz, foi num acidente de avião, e eu sei que você não gosta de ir no cemitério ver eles, sei que mantém a gente nessa cidade porque é o único lugar onde pode se esconder. A Kris não é minha irmã, só você, você não tem a nossa guarda, ninguém tem, porque nós fugimos. – em algumas partes, a voz dela tinha um tom acusador, em outros, era como se ela se lamentasse por mim. Eu sempre soube que Anne era esperta, sempre soube disso, ms nunca realmente parei para pensar e me perguntar com o que realmente ela sabia, o quanto da nossa história de verdade ela lembrava.
- Você não sabe o que está dizendo. – repeti.
- Eu disse que já ouvi você e o tio Jake conversando. Não precisa mais mentir pra mim. Você não confia em mim pra me contar essas coisas.
- VOCÊ É UMA CRIANÇA. – falei um pouco mais alto.
- Eu sei. – sussurrou, a voz dela já estava chorosa. – Mas mesmo assim, eu queria que você me contasse, eu não quero que você fique comigo por obrigação, eu te amo, mas eu não see você... – ela foi interrompida por meus braços em volta de seu corpo, eu sempre a abraçava forte, mas agora, eu a estava quase esmagando.
Eu chorei, Anne me abraçava forte, e eu nem ao menos sabia o porque toda aquela conversa tinha começado, eu sempre tratei Anne como a criança que ela era, mas eu tinha errado ao não perceber que ela estava crescendo, e que tinha duvidas, duvidas que eu me negava a responder poor puro egoismo, esqueci de que mais que a minha irmã mais nova, ela era a minha amiga. Que eu podia contar com ela assim como ela podia contar comigo, que ela estaria ali por mim sempre, como esteve quando eu sai com Edward, me ajudando com isso ou aquilo.
Anne sempre fora uma pequena adulta, apenas eu que não notava. No começo, quando as coisas ainda eram terrivelmente dificeis, eu lembro de que ela – com apenas 4 anos – se oferecia para me ajudar, quando eu chegava exausta do trabalho, e ainda tinha que limpar a casa, fazer comida e cuidar delas, ela dizia pra eu ir tomar um banho, que ela cuidava de Kris.
Talvez Anne estivesse ficando revoltada, porque ela estava crescendo e eu continuava tratando-a como um bebê, porque convivendo todos os dias comigo, desde os 4 anos, com a nossa luta diária, ela vinha aprendendo a ser forte, e que nós duas eramos uma equipe, nós precisavamos uma da outra.
Acho que agora, parando para pensar, eu a entendia, ela não sentia ciumes de Krissy, ela apenas se sentia excluida, ela queria poder me ajudar, mas eu não deixava, pelo fato de que eu tinha medo, medo de que um dia ela – elas – vinhessem a sofrer, como eu sofri. Talvez no meio do caminho, com a minha contante luta para e por elas, eu tinha esquecido de que Anne sabia das coisas, entendia, e que queria compreender ainda mais a história dela, que era o direito dela saber, e não meu em ocultar.
Depois de chorar pelo que pareciam horas, eu levantei a cabeça de seus pequenos braços, e notei que a minha pequena também chorava.
- Eu quero que você confie em mim. Eu não vou contar nada pra ninguém, mas eu não quero ser tratada como um bebê. – chorou.
Beijei suas bochechas, sua testa e o topo da sua cabeça.
- Não vou te tratar como um bebê. – ela sorriu, um dos sorrisos mais lindo da face da terra. – Eu te amo, muito, não duvida disso. Você foi a única coisa que me impediu de desistir quando o papai e a mamãe morreram, foi por você que eu continuei aqui. Não diga que eu não te amo, porque não é verdade, e me machuca quando você diz essas coisas.
- Me desculpa. – falou com os olhos baixos.
Depois disso, nós secamos o rosto em nossas camisetas, o que foi engraçado, logo estavamos rindo outra vez, e quando chegamos em casa, notei o carro de Edward estacionado na frente, desci da picape, ajudei Anne a descer e caminhei até ele, ao contrario do sorriso que eu sempre recebia por parte dele, notei em seu rosto uma mascara de tristeza.
Com certa confusão, andei até ele, arrastando Anne comigo pela mão.
- Oi. – sussurrei, sem me aproximar muito.
- Precisamos conversar. – foi a única coisa que ele falou para logo depois, Rosalie sair de dentro do carro.
- O que está acontecendo?
- Não se preocupe, Bella. – meio impossivel.
- O que vocês querem?
- Eu quero conversar com você, mas tem que ser só nós, então pedi pra Rosalie vir buscar as meninas – ele franziu a testa – Cade Krissy? – o modo com que ele dirigiu sua pergunta a mim, não me agradou, era quase como se fosse direito dele saber onde estava aminha filha.
- Está na casa de uma amiguinha. – respondi simplesmente.
- Anne, vá com Rosalie. – ele mandou.
- Hei, quem você pensa que é para mandar nela?
- Precisamos resolver um assunto sério, Isabella. Não quero que esteja aqui quando começarmos.
- Ela não vai sair daqui. – quase soletrei pra ele.
- Não seja birrenta, vai se arrepender se ela ouvir alguma coisa. – olhei pra Anne, nossa conversa de mais cedo havia sido séria. Ela sorriu pra mim dizendo que estava tudo bem e correu até Rosalie, que a recebeu com um abraço e um beijo.
- Rose. – mnurmurei.
- Ela vai ficar bem, Dave vai adorar que ela esteja lá em casa. Não se preocupe. – eu assenti, os olhos fixos em Anne, mas desejando que Krissy estivesse aqui, debaixo dos meus olhos.
Quando elas sairam, eu e Edward entramos em minha casa, ele rapidamente, sem falar nada, me entregou alguns papeis.
- Você deve lembrar quando eu contei da minha filha, e lhe disse que estavamos muito perto. – meu coração apertou quando eu li a ultima frase.
Eu pensei que todos aqueles papeis do orfanato tivessem sido perdidos no incendio.
Deus... ele sabia, ele sabia.
- O que... o que você quer com isso? – questionei.
- Ora, Isabella, você sabe muito bem o que isso quer dizer.
- Kris não pode, ela não pode ser a sua... – minha voz falhou.
- Ela pode sim.
- Você não pode ter certeza.
- É claro que eu posso.
- Como? – sussurrei, sentindo que eu precisaria de poio, logo.
- Minha filha tem uma manchinha no rosto identica a de Krissy quando ela nasceu. – quase suspirei aliviada.
- Kris não tem aquela manchinha desde que nasceu.


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