Destinos Cruzados - Capitulo Doze


POV. Edward
Paralisado. Estático. Desanimado.
Só podia ser mentira dela, é claro que só podia ser mentira dela. Como assim Krissy não tinha aquela manchinha desde que nasceu? Depois de tanto tempo procurando, e de finalmente ter chego a uma pista concreta, acontecia isso.
Paralisado, roboticamente sentei do sofá da pequena sala de Isabella.
- Edward? – ela chamou baixinho, incerta se o faria ou não. Tirei o rosto de entre as mãos e a encarei.

- Como... como assim... – balancei a cabeça, tentanto reorganizar os pensamentos, senti quando ela sentou ao meu lado, e colocou as mãos nas minhas costas. Tentanto me reconfortar. – Eu juro que não vou tomá-la de você se ela for mesmo o meu bebê, eu só preciso da verdade. Por favor. Não aguento mais. – implorei.
Bella mordeu os lábios.
- Eu sinto muito. Mas Kris realmente nem sempre teve aquela mancha.
- Como? – voltei a repetir.
- Lembro quando ela chegou no orfanato, com poucos meses, um ou dois, se não me engano, ela não tinha aquela manchinha. Nunca cheguei realmente a ficar com ela, só quando fiquei de castigo, por ter fugido por algumas horas do orfanato com Anne, então fiquei encarragada de ajudar a cuidar de alguns bebês e organizar a papelada do orfanato. E foi quando eu vi Kris. Ela chegou lá até sem um nome. Era a neném a mais linda que eu já tinha visto, ela e Anne. – ouví-la falar assim, que havia cuidado de um bebê com tão pouco idade, me deixava saudoso. Eu queria ter podido cuidar da minha bebê.
- Como a mancha apareceu?
- Eu não sei, não ficava muito tempo com ela, depois que o meu castigo acabou, eu voltei a ve-la dias depois, e ai sim ela tinha a pequena manchinha no rosto.
- Ela é tão parecida comigo, e com a minha bebê. Tem que ser ela, Bella. Tem que ser.
- Mas não é. Kris é só minha, eu sinto muito por ter mentido pra você sobre algumas coisas, a minha idade, por exemplo. Mas foi por elas.
- Quero um exame de DNA, foi o mais próximo que cheguei, ela tem que ser a minha filha, não vou desistir agora, não vou. – ela suspirou, vendo a minha determinação. Sem fazer muito barulho, ela se levantou, passando as mãos pelos olhos, eu sabia que ela estava chorando.
Bella caminhou em circulos na sala, o silencio predominava o local. Ela estava chateada? Ok, eu entendia, mas eu também estava, foram quase quatro longos anos atrás da minha filha. Eu me recusava a desistir tão perto. Bella me olhou.
- Não vai desistir, não é? – eu assenti. Vi quando a passos pesados ela marchou até o quarto, ouvi barulhos de algumas coisas sendo jogadas no chão, e alguns minutos depois, ela estava de volta, com algo laranja, tipo um livro, nas mãos.
- Você tem alguma foto da sua filha quando pequena? – eu assenti, tirando da minha carteira a primeira e única foto dela comigo, enquanto estavamos ainda no hospital, quando ela nasceu. Na foto, eu estava com aquela roupa azul, e ela estava dormindo, roda suja de sangue ainda, em meus braços. A única vez em que peguei a minha pequena no colo, olhando aquela foto, quase consegui sentir denovo seu cheirinho doce e inocente de criança.
Bella voltou a se sentar ao meu lado, abrindo o album de foto, que eu havia confundido com um livro. Ela folheou algumas vezes, e quando encontrou o que queria, me mostrou.
- Aqui, a foto que eu tenho da Kris quando era bebê, foi tirada alguns dis depois que nos mudamos, logo depois que a encontrei. – isso também era uma dúvida, porque Bella estava com aquela criança? Deixou aquilo pra lá, comparando as fotos.
Na minha, mostrava um bebê ainda sujo, e na de Bella, mostrava uma garotinha sorridente, com cabelos ralos, dois pequenos dentes na frente, dentro de uma banheira rosa de plastico.
Nas duas fotos, as meninas tinham a pele branquinha, o cabelo na mesma cor bronze, o mesmo formato de rosto, a mesma poquinha pequena, e o mais importante, as manchinhas não eram  parecida, eram identicas, exatamente iguais, exatamente as mesmas.
Quando dei por mim, eu estava molhando a foto com minhas lagrimas, passei a minha foto para Bella para que ela pudesse comprar também. Mesmo em meu estado de transe, sabendo que eu tinha encontrado o meu bebê, eu a ouvi ofegar, e depois, ela se virou para o lado, e encolhida, chorou.
[...]
Depois de estar um pouco melhor, eu comecei a olhar as fotos que Isabella tinha da minha menina. Ainda era novo dizer aquilo. Senti Bella distante de mim, fungando as vezes, mas eu estava tão feliz, que não me importava com nada que não fosse o meu bebê, as vezes fazia perguntas, sobre os gostos dela, algumas coisas que ela gostava de fazer. E, roboticamente, Isabella respondia, mas quando a distancia dela, o modo como falava, começou a me incomodar, eu decidi que era hora de conversarmo.
Fechei o album de fotografias e o deixei em cima da pequena mesa de vidro que tinha a minha frente.
- Temos que conversar, não acha? – comecei calmo, ela assentiu.
- Sim. – respondeu sem me olhar, seus olhos cor de chocolates estavam inchados e vermelhos por conta do choro.
- Porque não me conta a sua história, a história dela? – por alguns instantes, seus olhos pareceram frios enquanto ela me encarava, e suas palavras, vieram cheias de veneno.
- Pra que? Você vai tirá-la de mim do mesmo jeito. – eu suspirei.
- Ela é minha filha.
- Não. Ela é minha filha. Fui eu quem a criei, quem cuida dela. Você não esta aqui quando ela pede ajuda para pintar seus desenhos, e quando ela cai e se machuca, não é pra você que ela corre fazendo manha. Quando ela era um bebê, e chorava no meio da noite, não era você que levantava e ficava horas acordada com ela no colo, mesmo tendo que ir trabalhar no outro dia. Quando ela deu os primeiro passos, não foi na sua direção que ela veio, também não foi você quem ela chamou quando disse a primeira palavra. KRISSY. NÃO. É. SUA.
Totalmente amargurado, lhe respondi.
- Não fale como se eu a tivesse abandonado. Você não sabe das coisas. Eu não tive a chance de ter a minha filha não porque eu não quis, mas sim porque a tiraram de mim. Como Isabella? Porque Krissy esta com você agora. – ela limpou as lágrimas, e depois de um longo silencio, um que eu até achei que ela não ia falar mais. Ela começou.
- Tinha muito fogo naquela noite. E estava frio, tinha muita correria, e tudo o que eu queria era encontrar a minha irmã e sair de lá o mais rápido possivel. – automaticamente, eu soube que ela estava falando do incendio no orfanato. – Então, desobedecendo as madres, eu subi para onde Anne deveria estar, quando a encontrei, a levei para uma saida que tinha nos fundo do orfanato, e pra chegar até essa saida, nós tinhamos que passar pelo berçário, eles haviam dito que todos os bebês já haviam sido retirados, mas não tinham. Eu vi uma garotinha lá, e o fogo já estava bem perto do berço onde ela estava. Eu tinha duas opções, pegar a bebê, voltar e ser pega, correndo o risco de me separarem de Anne, mandando cada uma para um orfanato. Ou eu podia correr, e fugir com as duas. A segunda opção era a mais dificil, mas foi a que eu escolhi.
“Nquela noite, eu liguei para o filho de um amigo dos meus pais, Jacob. Ele sempre dizia que quando eu precisasse, era só chamá-lo, de tanto que eu lhava o numero dele gravado num cartão, eu acabei decorando, então liguei pra ele de um telefone público, ele me ajudou e ainda ajuda muito, vim morar aqui com ela menos de uma semana depois de ter fugido, essa casa era dos meus pais, e vivo aqui com elas desde então, lutando para que a vida não nos vença”.
Quando Isabella terminou, nós dois choravamos muito. Ela havia salvo a minha filha.
- Não me tira ela, por favor. – a ouvi chorar. Lutando contra tudas as emoções que eu sentia naquele momento, levantei a cabeça e segurei o queixo de Isabella.
- Eu não vou.
Em surpresa, Bella levantou a cabeça e me encarou, uma expressão de alivio tomou conta de seu rosto.
- Não vai? – perguntou.
- Eu não poderia. Nem Krissy ia querer morar comigo. Não posso fazer uma coisa dessas com vocês três. Não quero que a minha filha me odeie.
- Ela não vai.
- Mas em troca, Bella. Eu queria pedir uma coisa. – o que você quiser.
- Me deixa conhecer ela. Me deixa ser o pai dela. Por favor?
- É claro que sim. – respondeu sem pensar. – Mas... você tem certeza que é ela? Pode não ser.
- Você viu as fotos.
- Mas e a manchinha?
- Eu não sei, mas com o DNA a gente vai ter certeza. O fato, Bella. É que Krissy é minha filha. Eu tenho certeza.
Ela assentiu.
- Não me oponho a você fazer esse exame. Mas tenha em mente que ela é uma criança, você tem que ter calma quando for falar com ela.
- Eu sei. Vou ter, te prometo.
De repente, eu fiquei ansioso, eu conhecia Krissy, já havia falado com ela, de certa forma, eu já a conhecia, e só de saber que ela estava tão perto... Sorri tocando uma de suas fotos, uma de agora, pelo que Bella havia me dito, a foto tinha sido em uma peça da escola. Kris estava vestida de fada. Usaba um vestido rosa e uma meia calça branca fina. Seu cabelo estava solto, preso apenas por uma tiara, ela sorria para a camera, as asas que ela usava a deixavam ainda mais linda. O meu anjinho.
Fui tirado de meus pensamentos quando ouvi um fraco ronco de carro, levantei-me aturdido, olhando para o relógio notei que horas haviam se passado e já era quase 19:15hrs da noite. Depois de ter marcado o exame de DNA com Bella para o dia seguinte depois que ela buscasse a minha menina na escola, e depois, eu, Bella, Kris e Anne iamos sair para conversar.
- É isso, eu vou indo. – avisei a Bella.
- Acho que agora você não vai querer ir, Kris acabou de chegar.
De subto eu levantei, minhas mãos começaram a suar quando Bella foi abrir a porta. Ouvi algumas vozes ao longe, a voz de Krissy era uma delas, mesmo soando baixinha e cansada, podia notar que ela estava bem eu feliz.
Deus... minha menina estava a pouco metros de mim.
Sem me aguentar mais, andei até a porta, e fiquei ao lado de Bella, Kris, que estava com os braços ao redor das pernas de Isabella, levantou o rosto e sorriu.
- Oi, tio Ed. – murmurou, logo depois esticou os braços para mim para que eu lhe desse um beijo, como era de costume fazer já.
Por impulso, a peguei no colo, beijei suas bochechas e por fim, sua testa. Ela riu.
- Ai não me baba tio.
- Não estou babando você, princesa. – Kris me encarou, e depois olhou para Bella e a mulher que tinha outra criança da idade dela no colo.
- Hum... Edward, essas são Rachel e Nina. A mãe e a amiguinha da Kris. – eu as cumprimentei, segurando o impulso de me apresentar como o pai de Kris, ao invés disso, me apresentei apenas como Edward, o... amigo de Isabella.
- Elas brincaram um pouco e depois de fazerem um lanche foram assistir um desenho, quando fui ver, as duas estavam dormindo. – a mulher riu, acariciando o cabelo loiro da filha em seu colo. – A trouxe agora porque fiquei com medo que ficasse ainda mais frio, e tirá-las de dentro da casa quente e sair pra esse vento... – ela suspirou. Bella falou mais alguma coisa, concordando, e quando dei por mim, estavamos sentados outra vez, e Krissy dormia em meus braços.
Eu ainda não conseguia acreditar que a minha bebê estava realmente comigo. Depois de tanto tempo. Tê-la de volta em meus braços era uma satisfação imensa. Não conseguia fazer mais nada a não ser olhar para seu rosto sereno, a tranquilidade que tinha enquanto dormia, passei delicadamente meus dedos por cima daquela manchinha, segurando o impulso de chorar quando pude ter a certeza de que eram realmente iguais.
O fato de Bella me dizer que Kris não teve aquela pinta desde sempre não mudou a minha certeza sobre o fato de que ela era minha filha. Bella tinha só 15 anos na época e podia muito bem não ter visto direito, ainda mais que aquela manchinha era quase da mesma cor que a pele dela. Bella podia ter confundido sim. Mas o exame poderia confirmar a minha certeza.
- Ela é linda né? – ouvi Bella perguntar.
- A criança mais linda que eu já vi.
- Odeio admitir, mas ela se parece com você.
- Eu sei. – sussurrei.
Vi Bella pegar o celular, e pelo que pude entender ela estava falando com Rosalie, e depois, ouvi quando ela começou a falar com Anne.
O jeito com que Bella cuidava daquelas meninas me admirava, a força que ela teve desde sempre para poder dar o melhor de si para e por aquelas meninas.
Talvez no começo eu tenha tido uma vontade de tomar Kris, e até mesmo Anne, de Bella, pelas mentiras que ela me contou desde sempre. Mas conforme os dias foram passando eu me dei conta de que esse não era um direito meu, e que separá-las ia apenas ser pior para mim, eu ganharia o ódio das meninas, e de Bella também, e com certeza, eu não queria aquilo.
- Você... você pode ficar com ela alguns minutos para que eu possa ir buscar Anne na casa de Rosalie? – perguntou, sorrindo, eu assenti.
- Pode ir tranquila.
Quando Bella saiu, alguns segundos depois Kris acordou, ela se remexeu, olhou ao redor e riu quando notou que estava dormindo em meu colo.
- Você esta me segurando como se eu fosse um bebê.
- Mas você é um bebê.
- Não sou não. – rebatei risonha.
- Bom, pra mim você é. – ela negou.
- Cade a mamãe e a Anne? – questionou.
- Bella foi buscar sua irmã na casa de Rosalie. – ela balançou a cabeça, assentindo.
- Tio Ed. Você se importa se eu dormir mais um pouquinho no seu colo? – seus grandes e inocentes olhos me encararam, sérios.
- Não, pequena. Eu não me importo.
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4 comentários:

Leila disse...

eu to acompanhando a fic no Nyah mas resolvi dar uma passadinha aqui... para dizer que estou adorando... e que preciso de maissssssssssss

Camila S. disse...

Ai amor, obrigada de verdade.

Anônimo disse...

maaaaaais Mia *-*

Unknown disse...

Mila... Please

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