Destinos Cruzados - Capitulo Cinco


POV. Bella
- O que foi Kris? – perguntei, segurando minha respiração, ela correu até mim, pulando em meu colo. A abracei forte contra o peito, quase não deixando que virasse o rosto.
- Ann disse que você estava comprando pipoca. Eu quero. – ouvi risadas atrás de mim, tanto de Rosalie como de Dr. Edward, isso chamou a atenção de Kris, quando percebeu que as risadas era dela, as bochechas coraram, exatamente como eu, mesmo não sendo minha filha, a convivência fazia isso. Ela virou o rosto, ainda vermelha. Logo que fez isso, encarei o Dr. Sua risada havia parado, assim como a de Rosalie, seu rosto adquirindo uma expressão de surpresa. Para mim, isso era estranho, para Rosalie, pareceu normal.
- Edward... – ele a interrompeu.
- Desde quando ela tem essa manchinha, Isabella? – engoli em seco, o que ele queria com aquilo?
- Sim, desde... desde pequena. – pelo menos, era o que eu lembrava.
- Ela é sua filha? – Kris apressou-se em responder antes de mim.
- Não... eu não nasci da barriga dela, mas ela me ama como se eu fosse filha dela, né mãe? – ela sorriu, contente em poder dizer aquilo. Nunca menti para ela, se fosse comigo, iria querer a verdade sempre, foi o que eu fiz com Krissy, ocultando alguns fatos, claro.
- Ah... – foi o que ele murmurou. – E seus pais?
- Edward. – Rose o repreendeu. – Pare com isso. Por favor. Seu sobrinho está aqui, seu irmão e as meninas. Agora.Não. – ela quase havia soletrado aquilo. Como se fosse para uma criança de dois anos entender. Meu coração falhou quando ele deu outra olhada em Krissy, que continuava quietinha em meu colo. Seus olhos analisaram cada pedacinho dela, se demorando naquela manchinha incomum. Percebi quando ele engoliu em seco.
- Tem razão, Rose, vou ir atrás de Emm e Dave.
- Tudo bem. – e saiu, simplesmente assim.
- Desculpe por isso Bella creio que esteja totalmente confusa. – riu nervosa.
- Nem imagina o quanto. O que foi aquilo? – não pude evitar perguntar, e quando vi, já tinha saído.
- Ele é assim mesmo, mas é algo tão pessoal que só ele pode contar. – murmurou, com os olhos pesados.
POV. Edward
Fui atrás de Emm e Dave, os encontrei no carro-choque, ainda na fila. Enquanto me aproximava, não pude deixar de pensar em como aquela menina mexeu comigo, e em como Isabella ficou na defensiva sempre que eu fazia uma pergunta. Se bem que ela deveria star confusa, um cara perguntando sobre a filha não filha dela? Era, no mínimo, confuso.
- Tio. – Dave gritou quando me viu. Cheguei mais perto dos três – Anne estava junto.
- E ai, garotão? Se divertindo?
- Muito, eu consegui uma amiguinha, sabia? Ela é bem bonitona. – ri do jeito dele, era tão... Emmett.
- Hei, pirralho, mais respeito com a minha irmã. – falou Anne, e então eles iniciaram uma discussão, eu e Emmett apenas rimos.
(...)
O parque continuava lotada de crianças correndo, pouco vi a menina. Mas sempre me pegava olhando ao redor, procurando-a. Foi justamente por isso que Rosalie me repreendeu, eu continuava buscando nela a minha filha perdida, mas não era possível que fosse aquela criança, seria coincidência demais. Não que não me deixasse feliz. Mas eu não podia me enganar, me iludir e depois sofrer tudo de novo, tantas vezes.
Estava ficando tarde e eu queria ir embora, por isso, fui procurar os outros e me despedir. Mas foi justamente quando estava indo os procurar que senti alguém batendo em minha perna.
- Ai, desculpa, moço. – baixei meus olhos e a vi. Ela tinha o dom de confundir minha cabeça, ou o que? Seu cabelo era um tanto quanto comprido, ia até quase a cintura, era dourada e cacheado nas pontas, tinha pele bem branquinho, a mancha abaixo do queixo me traziam lembranças desagradáveis a certo ponto. Parecia uma boneca de porcelana num vestido rosa claro, meia calça branca e a boca da mesmo cor do vestido.
- Não foi nada, princesa, está perdida? – me abaixei, ficando a sua altura. Deixando meus olhos se perderem naquela beleza infantil que me fazia sentir coisas estranhas. Ela riu, meu coração palpitou.
- Mamãe ficaria louca se eu estivesse perdida, mas só estou indo chamar a Anne, desculpa por bater em você, ta? – sorri, tocando sua bochecha. E antes que eu pudesse me parar, perguntei.
- Qual seu nome, bonequinha?
- Krissy. Krissy Swan. Legal, né? Mas eu peifinho só Kris. – ri de sua fala confusa e incerta, era uma graça a ouvir falando desse jeito.
- É um nome bem bonito. – ela assentiu.
- Desculpa de novo, ta?
- Sem problemas. – eu levantei, deixando que ela saísse correndo em direção a um brinquedo não muito longe, voltando a olhar para frente, pude ver que Rosalie, Emmett e Isabella estavam realmente bem próximos, o bastante para enxergarem as crianças de onde estavam.
- Ai esta você, mano. Quer ir com a gente jantar? Estamos tentando convencer Bella a ir com a gente. – ela riu.
- Obrigada, Emmett, mas as meninas se divertiram tanto que quando caírem na cama só acordam depois do meio dia.
- Ahh, Bella, por favor, faz isso pela gente. O restaurante é aqui perto. Vai seguindo a gente. – ela rolou os olhos para a expressão pidona que minha cunhada fez.
- Ta bom, mas não vou ficar muito tempo.
- Tudo certo. Vem também Edward? – dei nos ombros.
- Não tenho nada pra fazer mesmo.
Logo as crianças estavam perto de nós de novo. Isabella tinha o pulso enfaixado, como eu deixei, e vi sua expressão de dor quando a pequena pediu colo.
- Kris, a Bella ta machucada, não pode te carregar. – Anne falou.
- Machucada? Onde?
- O pulso dela, lembra? – os olhos de Krissy caíram, fazendo manha.
- Mas eu queria colinho... E a mamãe disse que nem tava doendo. – Isabella suspirou.
- Kris, você é tão mimada. – Anne sussurrou. Bella decidiu intervir antes que as duas começassem a discutir e, pelo que eu estava vendo, isso não demoraria muito para acontecer.
- Tudo bem, amor. A mamãe te pega no colo, nem está doendo. Vem. – a pequena abriu os braços e sorriu. Mas antes que Isabella a pegasse, eu interferi.
- Se você quiser, posso levá-la até o carro para você.
- Ah... não, obrigada. Eu consigo.
- Eu insisto. – ela suspirou.
- Tudo bem. – Kris olhou para mim, deu nos ombros e outra vez levantou os braços, dessa vez, em minha direção.
Quando a peguei no colo, tive uma sensação de que algo estava certo outra vez, de que algo estava voltando para o seu lugar.
POV. Bella
Várias vezes fui repreendida por falar Dr. Edward ou chamá-lo de senhor. Não por ele ser velho ou coisa assim, mas, sei lá, costume. Mas ainda assim que ele insistia em me fazer chamá-lo de Edward.
O restaurante em que fomos era realmente bem perto. Krissy estava meio sonolenta já no carro. Mas Anne estava a todo vapor.
Quando chegamos, parecia que algum tipo de luzinha tinha acendido, pois as duas levantaram correndo e pulando, já dizendo que queriam isso ou aquilo.
Durante todo o jantar, uma conversa agradável foi mantida, e aos poucos, o receio que tive com Edward nos primeiros momentos, fora sumindo. Afinal, por qual motivo eu sentia aquilo? Ele não poderia fazer nada para mim ou para as meninas. Então decidi que estava tudo bem.
- Gosto de crianças. – disse Edward, certa hora enquanto conversávamos sobre o trabalho que dava criar crianças. Ele olhava fixo para atrás de mim – estávamos sentados um de frente para o outro – onde Anne, Krissy e Dave estavam.
- Nós sabemos. – Rose e Emm murmuraram juntos, fazendo com que eu os encarasse. Ri de suas caras.
- Você não diria isso depois de passar uns dias com elas. – brinquei. – Caramba, é bagunça para lá, bagunça para cá. Mãe pega isso para mim. Mãe eu quero aqui. Nossa. – suspirei. – Se tem uma coisa eu criança te dá, é cansaço.
Edward me encarou, um meio sorriso brincando em seus lábios. Só agora me fazendo perceber em como ele era bonito.
- Foi bom Rose ter te dado essas férias. – rimos.
- Eu falo... – olhei para trás, as admirando brincar. – Mas tê-las comigo é a coisa mais fascinante do mundo.

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