Destinos Cruzados - Capitulo Seis


POV. Bella
- Estava tudo perfeito, mas agora é sério, precisamos ir. – murmurei ao levantar da cadeira onde estava sentada no restaurante.
- Mas já? – Rose falou, arrancando risadas de mim e dos outros.
- Está tarde. – informei. – E aquelas lá. – virei o olhar para Anne e Krissy, sentadas no espaço reservado para crianças, uma encostada na outra, Kris mantinha a cabeça no ombro de Anne, que estava sentada em uma almofada, ambas com as pálpebras tremendo, quase adormecidas. – Estão morrendo de sono. – os três seguiram o meu olhar, e constaram que realmente o dia fora bem aproveitado, julgando pelo estado das crianças.
Rose se levantou, chamando Emmett, Edward vendo que apenas ele estava sentado na mesa, levantou também.
- Então vamos indo também, Bella. Precisa de ajuda com as meninas? – ela perguntou.
- Não, obrigada mesmo assim e, obrigada pelo jantar. – nos despedimos com um rápido abraço, Emmett só faltou me tirar do chão, eu bati no obro dele de brincadeira, e Rosalie ria, nem um pouco afetada ou parecendo estar com ciúmes, era como se ela estivesse acostumada com aquilo, com as brincadeiras do marido.
Quando Emmett finalmente decidiu que era a hora de me soltar, eles chamaram Dave, que fez alguns barulhos estranhos de protestos por ter que parar de brincar, percebendo que ia ir embora, deu tchau para as meninas, pude os ouvir combinando outro passeio. Como se realmente dependesse deles. Se realmente dependesse, podia apostar que todos os dias estaríamos indo em um lugar diferente.
Ele correu para o colo de Rose, mas logo foi para o de Emm por estar um pouco pesado.
- Estamos indo então, querida. Bom resto de noite.
- Para vocês também. E até amanha. – respondi por puro habito, ela me encarou, me censurando.
- Que amanha o que nada. Além de amanha ser domingo. – rimos. – Não vamos nos ver no trabalho tão cedo. O que eu poderia fazer a não ser rir?
Os acompanhei com os olhos até estarem dentro do carro, Dave acenou para mim lá de dentro. Praticamente gritando tchau tia Bella.
- Então... – a voz de Edward chamou minha atenção. Não consegui não corar quando percebi que ele estava realmente bem perto.
Ah... qual é? Eu tinha 18 anos mas o único contato físico com pessoas de outro sexo era Jacob, e nem contava já que eu o considerava um irmão. Tinha também o fato de que Edward era realmente um cara lindo com aqueles olhos verdes e cabelo cor de areia.
- Sim? – sussurrei, me sentindo instantaneamente uma idiota.
- Posso te ajudar com ajudar com as garotas.
- Não precisa, mesmo. – murmurei. Ele olhou para além de mim.
- Elas parecem bem pesadas, posso as colocar no carro. – suspirei, sabendo que seria uma perda de tempo discutir com ele.
- Tudo bem.
Andamos até elas, Edward parou alguns centímetros antes de mim, me agachei, tocando o rosto de Anne.
- Amor, vamos embora. – ele abriu um pouco mais os olhos quase fechados.
- Ta bom. – virei o rosto para trás, chamando Edward. Ele parecia saber exatamente o que fazer, já que pegou Kris com muita agilidade no colo.
- Quer que eu pegue Anne também, ela não parece muito disposta a caminhar.
Realmente não parecia, estava quase adormecida e eu sentia um dó danado de ter que acordá-la para andar até o carro, vendo minha hesitação, ele simplesmente passou por mim, pegando minha outra menina no colo também, com uma em cada braço, saímos para fora do restaurante, minha picape estava no fim do quarteirão e durante todo o caminho eu fui vendo em como era bonito ver um homem bonito com crianças nos braços.
Paramos em frente a minha velharia – era sim, muito realista –, tirei o alarme e abri a porta, ajudando Edward a arrumar as duas no banco de trás, foi um pouco complicado ajeitar Kris na cadeirinha já que ela estava totalmente adormecida.
Anne resmungou quando sentiu que não estava mais no colo, era muito mais quente estar perto de alguém do que simplesmente no banco traseiro de um carro.
- Obrigada. – murmurei, de frente para Edward quando, finalmente, as duas estavam em seu devido lugar. Ele deu nos ombros, sorrindo.
- Não de que. – sorri de volta, sem saber o que fazer, totalmente sem jeito.
- Então... – me aproximei um pouco, desajeitada. Ele fez o mesmo, parecendo tão sem jeito quanto eu, por fim, nos demos um simples abraço, agradeci mais uma vez, o vi afastar-se, então dei as costas, colocando a chave na ignição.
- Bella. – ouvi, e logo ele estava ao meu lado outra vez. Sorri quando o ouvi falar meu apelido. – Desculpa é que eu ouvi Rose e Emm te chamando assim a noite toda que... – ri de seu jeito, o fazendo parar.
- Tudo bem, tudo bem. Não tem problema. – apressei me em dizer. – Mas o que você queria?
- É que está tarde, e eu queria saber se quer que eu te acompanhe até em casa. Sabe como é. Uma mulher com duas crianças. Um alvo fácil.
- Ah... obriga... – comecei.
- Bella. – suspirou. – Usei tom de pergunta, mas não era uma pergunta. Por isso, vou indo atrás de você. – e me deu as costas. O vi entrar um carrão. Como eu entendia absolutamente nada de carros, olhei atrás e vi que era um Volvo, meu pai me falou uma vez sobre eles “É um dos carros mais seguros do mundo” me disse. Ri, para que ele ia querer isso?
Ele buzinou quando deu a partida no carro, e deu sinal para mim ultrapassá-lo. Lógico, ele não sabia onde a gente morava, durante o caminho, pude vê-lo atrás de mim pelo retrovisor. E quando, finalmente, chegamos em casa e eu abri a porta do carro, outra vez ele estava lá, dizendo que me ajudaria. Eu me sentia estranha diante daquilo, ninguém nunca havia sido tão prestativo assim comigo e com as meninas. A maioria das pessoas faziam cara feio para mim, fazendo mau juízo sem ao menos me conhecer.
- Moram aqui? – questionou, olhando para a frente da casa. Era uma casa bonita, observei pela milésima vez, pitada com um amarelo bem fraquinho, tinha duas janelas marrons na frente, uma era a da sala e a outra era a da cozinha, tinha aquele telhado parecendo um grande A.
- Aham. – murmurei, me sentido acolhida olhando aquele lugar.
- É bem bonita. – murmurou. Suspiramos, abri a porta, acedendo a luz da sala, andei até o quarto das meninas com Edward atrás de mim e apontei para a cama de Anne, aproveitando que ele estava desprevenido, peguei Kris e a deitei na sua cama.
- Trapaceira. – falou baixinho.
- Eu não. – tirei as botas de Krissy, tirei o vestido a deixando só com a blusa fininha que tinha por baixo, e tirei também a tiara de seu cabelo, colocando a coberta por cima dela, quando fui até Anne, Edward já tinha tirado os tênis dela.
- Obrigada.
- Você agrade ce demais. – riu.
- Tenho bastante coisas para agradecer. – fui até o guarda-roupas, pegando um short para Anne, ela detestava dormir com roupas compridas, se sentia presa, por isso as cobertas na cama dela eram várias. Tirei sua calça jeans, não me importando com Edward, ele não tinha cara de um tarado pedófilo. Tirei as meias dela, coloquei seu short e tirei a jaqueta pesada, a cobrindo logo em seguida também.
- Você parece cuidar muito bem delas. – dei nos ombros.
- Só faço meu trabalho. – saímos do quarto logo após eu desligar a luz, voltei para a sala com ele.
- Sinta-se a vontade. – falei, sentando no sofá de três lugares, ele sentou ao meu lado. – Quer alguma coisa? Mas posso garantir que aqui você não encontra vinha ou cerveja.
- Não quero nada, não. Obrigado.
- Ah... qual é, você forcejou horrores com elas, tenho que agradecer de alguma maneira. – ele riu. – Suco, chocolate-quente ou café? – perguntei antes que ele falasse alguma coisa.
- Suco. – respondeu, sorri satisfeita.
- Ótimo, pode vir comigo até a cozinha, se quiser. – levantei, ele me encarou dos pés a cabeça. – O que foi?
- Nada. – levantou também.
- Aqui as coisas são bem simples, aposto que não é nada comparado com a sua casa.
- Porque diz isso.
- Bem, tirando  fato de que você é médico... – me interrompeu.
- Está errada, acreditaria se eu dissesse que ainda moro com meus pais?
- Acreditaria. Daria tudo para morar com os meus ainda. Se eles estivessem vivos, eu moraria.
- Seria intromissão minha perguntar o que aconteceu com eles?
- Morreram. – respondi simplesmente.
- Tirando o obvio. – eu ri.
- Foi um acidente de carro, quando eu tinha 15 anos.
- 15? – me chutei por dentro.
- 18. Eu sempre confundo. – ta, era obvio que ele não acreditaria naquilo, mas as pessoas podem se confundir.
- Ah... sinto muito.
- Não sinta. Estou aprendendo a superar. E, afinal das contas, estou bem agora, estamos bem agora. – sorri. Lembrando que tinha de servir o suco. Abri a geladeira, peguei algumas laranjas.
- Suco natural?
- Aham. É bom para as meninas, já me acostumei com ele. – quando o suco ficou pronto, peguei dois copos e os servi. Entreguei um a Edward e peguei outro, voltando a sentar na cadeira onde estava.
- Não precisava ter se incomodado. – falou.
- Não é incomodo algum.
Perdemos o assunto por alguns segundos, mas até que estávamos indo bem para pessoas que se conheciam a pouco tempo e não tinham nenhum tipo de relacionamento, quando abri a boca para falar alguma coisa, Edward me interrompeu, olhando para a geladeira.
- Quem fez aquele desenho? – olhei para onde ele olhava, era um desenho que Krissy havia feito na escola no ultimo dia das mães. Tinha três pessoas ali, era um desenho bem infantil, meio tortinho. Tinha um céu, o sol, e – acho eu – alguns pássaros. Com uma letra torta e tremida estava escrito Para a melhor mãe do mundo. Te amo. Estava meio borrado, pois ela passou o lápis por cima da letra da professora, escrevendo ela mesma.
- Foi Kris. O primeiro trabalho de dia das mães. Ela chegou em casa toda contente dizendo que tinha algo para mim. – ri lembrando do dia.
- É tão... bonito.
- Também gosto. – sorri, pegando o desenho e trazendo para o centro da mesa para que nós dois pudéssemos ver melhor. – É bem inocente.
- Parece que combina com ela.
(...)
POV. Edward
Cheguei em casa por volta das duas horas. Fiquei um tempo conversando com Bella. Era agradável ficar na companhia dela. E tinha tanto tempo que eu não falava assim com alguém. Fora realmente muito bom.
Quando abri a porta de casa, encontrei minha mãe na sala.
- Acordada a essa hora?
- Estava esperando você.
- Não devia, e se eu chegasse mais tarde? – falei, mesmo me sentindo feliz por ela ter me esperado, queria mesmo conversar com ela.
Andei até o sofá e deitei minha cabeça em seu colo. Era bom ficar ali.
- Quer conversar? – sussurrou, com os dedos em meu cabelo.
- Vi uma menina hoje. – comecei.
- Filho, por favor...
- Eu sei, mãe. Mas algo nela realmente chamou minha atenção. – esfreguei os olhos, lembrando daquela manchinha.
- O que?
- Ela tem um sinal no rosto igualzinho ao de minha filha. – seus dedos ficaram travados em meu cabelo.
- O que esta dizendo, Edward?
- Parece louco, eu sei. Mas aquilo ficou martelado em minha cabeça, mãe.
- Onde viu essa menina?
- É filha de uma funcionaria da Rosalie.
- Ah... então nem tem como...
- Filha adotiva.
- Edward, eu sei que você quer mais do que tudo encontrar o seu bebê, mas...
- Você não quer que eu me magoe, sei disso, como também sei que tenho que parar de ver a minha filha em cada menina de três anos que eu vejo, mas é meio impossível.
- Te entendo. Não sei o que faria se perdesse algum de vocês. Mas tem que parar de se fazer mal. – sorri.
- Conheci uma garota, também.
- Ah... é? Quem? – pude ouvir seu tom risonho, minha mãe queria tanto que eu e distraísse um pouco.
- A mãe de Krissy, a menina da manchinha.
- Ah... não, você só que um motivo para ficar perto e descobrir mais dessa criança.
- Não é, mãe. Dessa vez é diferente. – suspirei resignado, mudando rapidamente de assunto. – Os detetives não me derem mais nenhuma pista.
- Deram sim, estavam investigando um incêndio num orfanato, lembra?

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1 comentários:

Anônimo disse...

oiii eu amei os capitulos eu gostei muito quando vai postar mais.... estou ansiosa....

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