Destinos Cruzados - Capitulo Dois


POV. Edward
A alguns anos atrás, eu tinha uma namorada, nada muito fora do comum para um cara de 21 anos como eu. Eu era jovem, confesso que também bonito, e tinha algo que várias delas gostavam: Dinheiro.
Mas esse nem de longe é o fato mais importante. A quase quatro anos, minha ultima namorada, Tanya, engravidou. Ela tinha 18 anos na época e foi totalmente contra a gravidez, mas decidiu levá-la até o final quando eu disse que lhe pagaria um bom dinheiro se cuidasse bem do meu bebê por nove meses e que poderia sumir e nunca mais voltar, me deixando assim, com meu filho.

Por todo o período de gestação eu a ouvi reclamar, que estava gorda demais, que aquele bastardinho estava apenas roubando seu corpo, eu fingia não ouvir, fazia todas as vontades dela e não via a hora de que meu bebê nascesse para poder me livrar dela.
Então o dia do parto chegou, foi um parto normal bem difícil, eu estava estudando para ser obstetra e tinha alguma experiência em partos. Acompanhei tudo de perto, mas o dia após o nascimento da minha menina – minha menina linda e totalmente igual a mim, a menina que seria só minha e que me completaria pelo resto da vida – o meu pesadelo começou.
A segurei no colo assim que nasceu, seus olhos, ao sentir meu toque, logo se abriram e se mostraram de um verde incrível, como os meus, porém mais brilhantes. A pele bem clarinha, deixava a mostra uma manchinha logo abaixo do queixo, um charme. Mas ai eu cometi o erro de deixar Tanya sozinha com ela e ir para casa tomar um banho, o que eu fui obrigado por não agüentava de cansado e precisava estar inteiro para minha filha. Quando cheguei ao hospital, meia hora depois, encontrei com Tanya, dizendo que tinha dado um jeito em tudo, que agora poderíamos ser felizes, apenas nós dois, como tudo deveria ser. Corri para a maternidade, e nada da minha filha, Tanya me disse que o pessoal do orfanato já a tinha levado. Eu fiquei perdido. Que merda de orfanato ela falava? Minha família, por morar em outro pais, demorou para chegar, e quando chegaram, o caus já havia se instalado, os pais de Tanya disseram que ela tinha feito o certo. Que acabar com as nossas vidas não era bom, um bebê não seria bom. E então, desde aquele maldito dia, a quase quatro anos, eu procuro pela minha filha, que eu deixei escapar por entre meus dedos, me correndo por dentro sem saber se ela esta bem, passando trabalho, recebendo amor ou não.
Tanya foi embora logo depois que eu disse que a odiava, que só não a espancava porque não era de meu feitio bater em vadias sem coração. Meus pais logo que chagaram da Espanha ficaram horrorizados com o que ela tinha feito com a própria filha. Eles ficaram comigo todo o tempo que eu precisei e se recusaram a voltar para a Espanha quando eu disse que ficaria. Então se mudaram para os Estados Unidos, minha irmã mais nova, Alice, veio com eles, e disse que mataria Tanya caso a visse. Mas isso não aconteceu, e agora, quase quatro anos depois, eu estava voltando para a minha cidade natal junto com minha família, buscava um pouco de paz e respostas dos vários detetives que contratei. Mas até que alguma coisa acontecesse, eu esperaria, e ocuparia minha cabeça com trabalho em Forks.
POV. Bella
- Meninas, por favor, venham comer, a comida logo vai esfriar. – mas elas não me deram ouvidos, estavam concentradas demais nos presentes que Jacob havia trazido para elas para me ouvirem. – Jake. Eu odeio você. – ele riu, me ignorando.
- Mãe, olha só o que o tio Jake me deu. – ela correu para o meu lado para me mostrar a gargantilha de ouro que ganhara, nela tinha um “K” como pingente. Era realmente bonita.
- Que linda, amor. Agora, como se diz ao tio Jake?
- Obrigada, tio. – murmurou, sem tirar os olhos da gargantilha. Logo Anne também estava ao meu lado, e me mostrava uma mesma gargantilha, porém com o “A” todo trabalhado em ouro branco. Jacob nunca, jamais perderia a mania de trazer presentes caros toda vez que viesse visitá-las. Enquanto as meninas ainda olhavam para os outros presentes – uma boneca para cada uma –, Jacob sentou perto de mim no sofá.
- Ainda não consigo me acostumar com ela te chamando de mãe. Você contou que não...
- Sim. – interrompi, sabendo o que ele me perguntaria. – Ela sabe que não nasceu da minha barriga. – rolei os olhos, lembrando da explicação que dava a Krissy sempre que me perguntava o porque de não ter olhos e cabelos como o meu e o de Anne, ela, dentre nós três, era a mais loirinha.
- Estão tão grandes. Quando foi a ultima vez que estive aqui? – perguntou.
- Deixa eu ver, a três semanas? – ele riu.
- Parece uma eternidade. Vou começar a vir com mais freqüência. Mas me diga, como andam as coisas por aqui? – antes de responder, obriguei as duas a irem almoçar, fazendo caras e bocas, elas sentaram de volta a seus lugares na mesa. Fiquei mais alguns minutos na sala com Jacob.
- Vai bem. Anne começou a escola ano passado, como você sabe, e Krissy ainda esta na creche, de manha eu as deixo na escola e vou trabalhar, a tarde elas ainda tem aulas, o que é perfeito para mim já que trabalho em dois turnos. Quando chego em casa com elas, ajudo Anne nos deveres, dou banho nas duas, faço a janta e depois nós dormimos.
- Mas e você?
- Como assim?
- Você, Bella, não sai, não namora? – eu ri.
- Jacob, mal tenho tempo para mim, que dirá para namorados e festas. Minha vida são as meninas, e só. – então ele chegou mais perto, seu braço tocando no meu.
- E... ninguém desconfia de nada daquilo? – aquilo, eram os documentos falsos.
- Não.
- O pretende fazer agora que realmente tem 18 anos. – dei de ombros, ainda não sabia o que fazer de agora em diante, eu tinha vida boa em Forks, simples, porém confortável. Tudo estava indo bem, como eu sempre quis que fosse. Mas ficar ali talvez pudesse ser arriscado. Na verdade, sempre fora, algumas pessoas realmente sabiam que eu era filha de Charlie e Renné Swan, mas nunca souberam minha idade. Meu medo era que alguém pudesse falar que eu não tinha 18 anos quando vim parar aqui – e só vim porque era o único lugar onde eu tinha uma casa – e meus planos de paz e tranqüilidade seriam abalados pela preocupação de ter as meninas tiradas de mim.
- Não sei, talvez eu vá para outro lugar, uma outra cidade, mas preciso me organizar direitinho, arrumar uma casa. Não posso simplesmente dar uma de louca e sair por ai com duas crianças ao lado. – Jacob assentiu, concordando, dando um fim no assunto, eu o convidei para almoçar. Fomos para a mesa no mesmo momento Anne e Krissy me pedir para servi-las mais uma fez, eu o fiz, e sentei para comer.
Almoçamos os quatro juntos, sempre conversando, rindo de alguma besteira que Jacob falava, não gostei da parte que ele prometeu as meninas que as levaria para conhecer a nova casa dele em Nova York. Não gostei por três motivos:
1º Ele sabia que eu não tiraria o olho delas por um segundo, e jamais deixaria as duas viajarem sem mim.
2º Os documentos delas eram falsos. Um aeroporto ou rodoviária veria isso com a maior facilidade do mundo.
3º Eu não tinha dinheiro para bancar uma viajem a Nova York.
Como era domingo, ficamos a tarde toda assistindo filmes infantis, quando a noite chegou, disse a Jacob que ficasse em meu quarto, que eu dormiria na cama com Krissy já que Anne era bem grandinha para dormir comigo em uma cama de solteiro.
Dei um banho nas duas antes de deitarem, elas faziam a maior bagunça comigo no Box.
- O que deu em você hoje, hein? Estão tão agitadas. – comentei, enxaguando o cabelo comprido e castanho – quase preto – de Anne.
- Nada, ué. A gente só ta feliz porque o tio Jake veio visitar a gente. – a mais velha disse.
- E porque ele trouxe presentes também. – aumentou Krissy.
- Kris. – repreendi. – Não vai falar isso pro seu tio. Ele vem visitar vocês e você só gosta do presente? – ela riu.
- Não mãe, mas o presente também foi legal, né Ann?
- É sim. E você tem que concordar Bella. – rolei os olhos. Terminei o banho das duas e as enrolei em uma toalha.
- Bella. Eu não vou sair pela casa só de toalha com o tio Jake aqui. – disse Anne quando eu ameacei a abrir a porta do banheiro.
- Não sai, espera que eu trago a sua roupa.
- Ta. – peguei Kris no colo, e a deixei em cima da cama dela enrolada na toalha. Peguei o pijama de Ann que estava na cama dela e voltei ao banheiro.
- Toma. Não esquece de secar bem esse cabelo.
- Aham.
- Anne, to falando sério, só deixei vocês lavarem o cabelo de noite porque nenhuma lavou ontem.
- Ta bom, Bella. Entendi.
- Ok, senhora “eu sei de tudo”. – voltei para o quarto ainda ouvindo a risada dela.
Encontrei minha pestinha numero dois no mesmo lugar onde a deixei. Fechei a porta atrás de mim para que ninguém a visse pelada, já que ela não gostava.
Peguei o pijama azul dela e a vesti, sequei os cabelos cor de areia ainda úmidos e depois penteei, no mesmo tempo em que Ann entrou no quarto devidamente vestida ouvi o grito de Jacob dizendo que tomaria um banho. Gritei um “tudo bem” de volta.
- Vocês têm um belo pulmão, Bella. – riu.
- Aham. Agora vai preparar a sua cama pra deitar, vai. – e ela foi. Correu até o guarda-roupas para pegar sua colcha e depositou na cama.
Quando Kris estava pronta, arrumei a cama dela, deitei as duas. E beijei suas testas.
- Durmam bem, eu já volto, vou dar boa noite ao tio Jake e arrumar a cama dele, e pegar meu travesseiro, tem espacinho para mim aqui nesse quarto.
- SIIM. – gritaram, animadas. Ri e fui em direção ao meu quarto. Arrumei tudo para que o Jake pudesse dormir bem e peguei um travesseiro para mim. Antes de voltar ao quarto das meninas fui para a sala. Jacob estava de calças de moletom e uma camiseta.
- Já vai deitar?
- Sim, trabalho amanha cedo, e as meninas têm aula.
- Bella, os próximos dois dias eu vou ficar aqui em Forks, com vocês. Será que elas não podem faltar amanha?
- Não, de jeito nenhum, Jake. Escola é escola.
- Mas é só amanha. Eu passo o dia com elas, e quando você chegar a gente pode sair. Você sabe que eu as adoro, e adoraria aproveitar essa folga que eu ganhei lá em Nova York.
- Jake... – ele me interrompeu.
- Poxa, Bella. Pensei que você faria isso por um amigo, sabe que eu não vou seqüestrá-las.
- É, mamãe, deixa. – virei para trás, e encarei as duas a minha frente. Kris murmurou um “É, mamãe, deixa” ao mesmo tempo que Ann murmurava um “É, mana, deixa”.
- As duas, para cama, agora. – apontei em direção ao quarto, no mesmo instante as duas correram. – Isso só pode ser um complô.
- Você que é má. Não quer deixar eu passar um dia com elas. Isso não faz, Bella. – olhei para ele, semi cerrando os olhos. E percebi que estava enganada, aquilo não era um complô, era chantagem emocional. Jacob sabia que eu não teria coragem de negar nada para ele, não depois de ter me ajudado tanto.
- Tudo bem, amanha elas faltam a aula. – falei um pouco alto demais, sabendo que as duas estavam bem atentas na conversa. E foi dito e feito, os gritos começaram. – Agora vão dormir.
- Obrigado, Bella. – eu ri, e bati em seu ombro.
- Seu safado, sabia que eu não ia negar nada a você. – foi a vez dele de rir.
- É, sabia mesmo. – admitiu. – Agora deixa eu ir dar boa noite para elas que eu preciso dormir. – assenti, apaguei a luz da cozinha e fui deitar também. No quarto deles encontrei Jacob, ele deu um beijo da testa de cada uma e sussurrou um “boa noite” passou por mim na porta e beijou o topo da minha cabeça.
- Boa noite, Bella.
- Boa noite, Jake.
Andei até a cama de Krissy e coloquei meu travesseiro ao lado do seu, sentindo o cheirinho delas naquele quarto, eu dormi com facilidade, não sem antes ver os dois amores da minha vida fechando os olhos e caindo na inconsciência.

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