Destinos Cruzados - Capitulo Três


POV. Bella
Os outros dois dias que se seguiram passaram como um borrão. Como eu havia prometido, as meninas faltaram aula na segunda para passarem o dia com Jacob, mas na terça, elas voltaram a normalidade, bem, quase, porque a gente chegava em casa e Jacob tinha uma programação diferente. E agora, quarta-feira de manha bem cedo, estávamos nos despedindo de Jake.
- Eu não quero que você vá, tio. – Kris fez manha.
- Mas eu prometo que volto. – ele beijou o rosto dela e depositou no chão, se agachando para ficar na altura de Anne.

- E você, não vai sentir minha falta? – ela riu, passando os braços no pescoço dele.
- É claro que eu vou, quem mais deixaria a Bella um pouco menos chata? – ele riram, eu rolei os olhos, por mais alguns minutos eles ficaram naquela despedida fechada, e quando eu fui dar um abraço em Jacob, elas se enfiaram no meio, agarrando a cintura dele, foi um abraço bem complicado.
- Tchau, Jake, vê se vem mais vezes.
- Ué, não era você quem tava dizendo que eu vinha aqui com muita freqüência?
- Você sabe que eu estava brincando, adoramos você e sua companhia.
- Eu sei, também adoro vocês, agora deixem-me ir, porque se não, chego em Nova York só semana que vem. – ele nos deu mais um abraço e entrou no carro, buzinou enquanto as meninas acenavam.
- Eu não queria que ele fosse embora. Vamos ficar sozinha de novo. – peguei uma Kris chorona no colo e a abracei, colocando as duas para dentro de casa.
- Não fique assim, amor. Ele disse que vem logo, e nós não estamos sozinhas.
- Ah... mas o tio Jake é grandão, ele podia proteger a gente. – eu ri.
- Tem gente bem maior que o tio Jake protegendo a gente.
- Quem? – eu apontei para cima, e falei junto com Anne.
- Deus. – ele murmurou um “Ahh” e desceu do meu colo. – Vamos pegar as mochilas, logo vão ficar atrasadas. Em dois minutos elas estavam dentro da picape, eu tranquei a porta de casa e ajeitei o sinto em Anne e Kris na cadeirinha. Mais essa, paguei uma grana por essa cadeira, mesmo sendo usada, estava em ótimas condições e eu não podia me arriscar.
Cheguei na escola, me despedi das duas e fui direto para o estúdio. Rosalie, minha patroa, já estava lá quando cheguei.
- Bom dia, Sra. Cullen.
- Bella. – ela riu. – Quase cinco meses trabalhando comigo e raras vezes me chama de Rose, Sr. Cullen me deixa velha, te demito da próxima vez que me chamar assim. – nós rimos. – Rosalie era uma pessoa excelente, eu a adorava e ela parecia gostar de mim e das meninas, chegou a pouco tempo na cidade com o filho e o marido e estava a recém se estabilizando.
O celular dele tocou e ela pediu com licença, fui para a minha mesa e arrumei alguns papeis, revi as foto que tinham marcadas para hoje e logo Rosalie estava ali de novo.
- Algum problema? – perguntei.
- Não. Quero dizer, sim. Droga, meu marido precisou sair, hoje é folga da senhora que cuida o Dave para mim, minha sogra e minha cunhada não estão na cidade. Bella, o dia esta muito cheio hoje? – eu, mais uma vez, olhei para a agenda.
- Bem, não muito, mas não da pra desmarcar nenhuma, Rose. – ela xingou mais uma vez.
- Seria ruim demais eu trazê-lo para cá?
- Acho que não. Se quiser posso dar uma olhada nele enquanto faz as fotos.  Sou acostumada com criança.
- Ai, Bella, você é a minha salvação. – e correu. Só ouvi o barulho do carro saindo de frente ao estúdio. O filho de Rose tinha em torno de 4 e 5 anos, o vi poucas vezes mas não se mostrou uma criança mimada ou mal comportada.
Fui fazendo meu trabalho, atendendo alguns telefones, recebendo algumas clientes e em menos de 20 minutos Rosalie estava de volta. No colo dela, um garoto de cabelos preto, pele branquinha e olhos claros, num verde iguais parecidos com o de Krissy. Rosalie deu bom dia para as clientes e andou em minha direção.
- Filho, essa é a tia que a mamãe falou. Ela vai ficar olhando você enquanto eu trabalho, tudo bem?
- Aham.
- Você não vai dizer nada, amor? – ela assentiu, andou em minha direção, eu me abaixei para ficar na sua altura, dei um beijo em seu rosto e o ouvi murmurar um tímido “Oi”
- Bella, ele tem quatro anos, sei que pode parecer qu...
- Rose, calma, vai ficar tudo bem. – ela sorriu e me passou uma bolsa com as coisas dele.
- A mamãe vai ta logo ali, qualquer coisa é só me chamar, amor. – ele balançou a cabeça de novo, segurando minha mão. Rose lhe deu um beijo e saiu. Me virei para o garoto.
- Então, você ta com fome.
- Não, tia. Mamãe me deu leite. – eu assenti.
- Vem aqui com a tia amor. – rapidamente peguei na mão dele e fui até uma salinha onde guardávamos coisas da decoração da loja, tirei de lá um grosso tapete, como onde eu trabalhava era na sala da frente da loja, eu meio que ficava atrás de um balcão, e foi ali, ao meu lado, que eu coloquei aquele tapete e abri a bolsa que Rose tinha me dado, tinha alguns brinquedos ali, eu coloquei em cima do tapete e o sentei no mesmo.
- Você pode ficar brincando aqui, ta? Qualquer coisa é só me chamar.
- Ta.
Voltei para o meu trabalho e fiquei surpreendida em como o tempo passava rápido, Rose toda hora vinha ver como Dave estava e me agradeceu por tomar conta dele. Dave de vez em quando me pedia para ir ao banheiro ou tomar água. Quando vi, já estávamos na hora do almoço.
- Bella, obrigada mesmo por ficar com ele. Meu marido já ta em casa e depois do almoço o Dave vai ficar com ele. – eu assenti.
- Não foi nada, é um garoto comportado. – ela olhou pro filho.
- Aham, sei. Porque você não o viu em casa. – rolei os olhos.
- Eu tenho duas meninas, sei bem como é isso.
- Mamãe, a tia Bella disse que na casa dela tem duas amiguinhas para mim brincar, eu posso ir lá hoje? – ela riu.
- Esta pedindo para a pessoa errada amor. – ele olhou pra mim.
- Eu posso tia?
- Quando você quiser.
- Ta, eu vou ir lá hoje, então. – Rosalie riu.
- Nós vamos marcar um dia, ai você vai, ta amor? Tia Bella cansa aqui. – ela disse. Eu apenas sorri. Eles saíram para almoçar e eu fiquei.
Como eu ficava no estúdio na hora do almoço, eu podia sair as quatro da tarde, que quando as meninas saiam da escola. Esse foi um horário que eu combinei com Rosalie. Guardei o tapete e as outras coisas de Dave e comi um sanduíche antes de voltar para o trabalho.
(...)
Eram três e meia quando Rosalie veio me dizer que eu podia ir embora.
- Foi calmo hoje, ainda bem. Você pode ir, Bella. – assenti.
- Obrigada.
- Sobre Dave, obrigada de novo e não ligue para ele, sabe como é criança, você fala que pode uma coisa e ele já quer na hora.
- Mas eu falei sério, um final de semana que vocês quiserem, é só ir lá em casa. Krissy tem três anos e acho que eles se dariam bem.
- Obrigada. Com essa mudança ele não conhece criança nenhuma por aqui, e eu não quis o colocar em nenhuma creche, tenho medo. – eu ri, sabendo do medo dela, eu me sentia assim também, mas não tinha condições de pagar babás para ficar com elas. O contrario de Rosalie.
Eu sai de lá e fui direto para a escola, cheguei lá ainda eram 15:45, Kris, por ser da creche, saia um pouco antes que Anne, hoje, eu poderia buscá-la no horário. E foi surpresa para ela me ver lá, na porta.
- Mamãe. – e correu para mim, ignorando a fila de crianças na frente dela.
- Oi amor, pronta para ir?
- Aham. – ela deu tchau a professora e nós atravessamos o pátio em direção a sala de Anne, esperamos em um banco e quando o sinal soou, aquele monte de criança corria em disparada em direção a porta, com exceção de Anne, que caminhava calmamente. Quando me viu, sorriu em nossa direção e apressou o passo.
- Já ta aqui. – murmurou.
- Vamos? – perguntei. Elas correram em direção ao carro, em questão de minutos estávamos em casa.
Fiquei alerta quando estacionei o carro na frente de casa e vi uma senhora ali. Mandei as meninas ficarem no carro e desci. Quando me aproximei mais, vi que era Carmen, nossa vizinha.
- Oi, Carmen. – sussurrei. – Aconteceu alguma coisa?
- Você nem acredita, criança. Aquele maluco do meu filho sabia que eu não estava em casa e mesmo saiu e não me deixou as chaves. Vim ver se ele não deixou com você. – eu sorri, mas neguei.
- Porque não entra e fica com a gente até ele chegar?
- Ai, obrigada criança. – fiz um sinal para as meninas descerem do carro e entramos em casa. Fiz um chocolate quente para nós quatro em quanto esperávamos.
- Carmen, se importa se eu for tomar um banho?
- Claro que não, menina. A cãs é sua. – ela riu.
Sorri e fui em direção ao meu quarto, peguei uma roupa e entrei para o banheiro, a única coisa que eu não esperava, era escorregar no Box e cair em cima do punho. Minha queda fez um barulho estrondoso, por isso não me surpreendi quando as meninas apareceram escancarando a porta.
- Mãe, você ta bem?
- Tudo bem, amores, eu só cai. – Anne me passou a toalha e eu me enrolei, sai do banheiro e Carmen também estava ali.
- O que aconteceu?
- Eu cai. Escorreguei e acho que quebrei o punho.
- Ta doendo? – Anne perguntou. Tava, e muito, mas eu não diria isso para ela.
- Não muito. Vou te que ir no hospital, Pode ficar aqui Carmen, eu e as meninas já voltamos.
- Claro que não, sou velha mas sei dirigir, eu te levo. – agradeci a ela. Kris e Ann me ajudaram a vestir a roupa e na minha picape, fomos para o hospital.
- Sabe, Bella, meu filho não me deixa dirigir, ele diz que vou causar um acidente e morrer antes da hora, mas sabe, ele é mesmo um idiota. – nós rimos da espontaneidade dela. – Sou uma ótima motorista. – numa cidade como Forks, nada era longe, por isso chegamos rápido ao hospital.
Quando disse que tinha quebrado o punho, pediram para eu aguardar uns minutos, e não demorou muito para eu ser chamada. Tentei deixar Anne e Krissy esperando com Carmen, mas Anne foi teimosa o bastante para ir comigo.
- Eu também quero ir.
- Não, você fica aqui, eu já volto. – dei um beijo em sua testa e deixei Kris emburrada.
Entrei no consultório do medico, tinha um cara alto lá dentro, ele estava de costas para mim, mas mesmo assim pediu que nos sentássemos, parecia estar analisando alguma coisa, um tipo de papel.
Sentamo-nos na cadeira de frente para a mesa dele, e logo, ele estava sentado de frente para nós. Tinha cabelos bronzeados que pareciam ser arrumados para parecer bagunçado. Olhos verdes muito familiares para mim. Feições fortes, mas ao mesmo tempo de alguém tão frágil, eu senti um aperto no peito quando o vi. Não sei exatamente o porque, mas uma sensação ruim, estranho, que logo se dispersou quando ele falou.
- Olá, Srt...
- Swan. – respondi. Ele sorriu para Anne, e tocou o rosto dela com tanto carinho que eu achei estranho.
- Sou Dr. Cullen. Mas pode me chamar apenas de Edward. – sorri para ele.
Conversamos mais algumas coisas, teve também a parte constrangedora de sua pergunta “como quebrou o braço?”
E eu podia jurar que ele queria rir quando eu disse que escorreguei no banho. Fui levada para fazer um raio-X, e me surpreendi com a rapidez com que ficou pronto.
Dr. Cullen confirmou a fratura no pulso, e logo eu estava com um tipo de tipóia em volta da mão.
- Então, Isabella. Apenas tome mais cuidado. Vou te dar um remédio para caso sinta dor, e a data que terá de voltar aqui para tirar a tala. – eu assenti, descobrindo o nome da “coisa” em meu pulso.
- Cuide bem da sua...
- Irmã. – falei.
- Cuide bem da sua irmã, Anne. Fique de olho para que ela não faça muita força com o braço. E que descanse. – Anne riu.
- É difícil para a Bella descansar, doutor. A Kris não da sossego. – ele riu, mesmo sem aber quem era Kris, e eu preferia assim. O porque, eu não sabia.
Quando ele me liberou – depois de dar um pirulito a Anne – me senti aliviada por ele ter ficado em sua sala ao invés de me acompanhar. De alguma maneira, eu queria evitar que Edward Cullen pusesse os olhos em Kris, em Anne também. Mas, eu não sei, com Kris era diferente.
Krissy assim que me viu correu, e eu só não a peguei no colo porque não podia. Carmen disse que ela havia sido uma boa menina esperando quietinha. Como na vinda, foi Carmen quem dirigiu, e eu ria das coisas que ela falava do filho que a proibia de dirigir. Quando chegamos, a luz da casa ao lado estava acesa.
- Bom, acho que aquele desnaturado esta em casa, criança. Vou indo.
- Muito obrigada pela ajuda.
- Eu é que te agradeço, a tempos não sabia o que era dirigir. – riu. – Se precisar de alguma coisa ´por causa do pulso, é só chamar. Uma velha como eu não tem mais nada para fazer. Por isso... – e foi embora, me deixando ali, rindo.
Quando entramos em casa e as meninas tomaram banho, aquela sensação de profundo alivio voltou a me dominar. O porque, exatamente, eu não sabia. Mas ficava feliz por isso.

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